Páginas

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Just Smile - Cap 18(2)

Tudo parecia se passar em câmera lenta. As portas automáticas do hospital se abriram e eu entrei, sentindo o impacto do ar condicionado com o calor do Brasil lá fora. Meus olhos estavam marejados e eu corria. De alguma forma eu sabia até onde eu deveria ir.
Cruzei alguns corredores depois de sair do elevador no 6º andar. Vi minha tia ajoelhada no chão impecavelmente branco e limpo. Seu corpo se balançava confirmando que ela estava chorando. Eu cheguei mais perto e a abraçei, com a intenção de lhe acalmar.
Ela me olhou, suas lágrimas escorriam sem parar e já molhavam meu vestidinho branco. Eu me sentia uma criança, perdida e sem compreender o que acontecia. Eu tentava falar palavras consoladoras, mas tudo que era audível, eram os "beeps" das máquinas e as batidas fracas de um coração.
De repente, o "beep" se tornou um ruído contínuo e as batidas cardíacas cessaram. Olhei para o lado direito, por cima do ombro da minha tia e pela primeira vez percebi duas macas, com um corpo imóvel deitado em cada uma, coberto por um pano branco. Eu podia me sentir como uma criança, mas até as crianças sabem o que isso signifcava.
Morte.

Me aproximei de uma delas e retirei um pouco o pano. Reconheci uma versão muito mais pálida e sombria de minha mãe. Gritei, e dessa vez, o som ecoou pelo corredor vazio.
Me virei e quase caí vendo o outro rosto. Era eu mesma.
Duas enfermeiras sorridentes se aproximaram e empurraram as macas. Eu tentava reclamar, mas novamente, minha voz não saía. Conforme elas se afastavam, me sentia mais vazia e insignificante. Olhei para baixo e minhas pernas eram quase transparentes. Pisquei os olhos e me encontrei em uma sala de espelhos. Só era possível ver minha cabeça, flutuando. Pisquei de novo e eu já não me via mais.
Abri os olhos e eu estava ainda no avião. Mikaela me olhava assustada, então eu percebi que meu rosto estava molhado, lágrimas.
Só havíamos nós ali. Havíamos chegado no Brasil.
Ela me conhecia demais para saber que eu não iria querer comentar nada do que havia acontecido há pouco, pelo menos por enquanto.
Chamamos um táxi e nos encaminhamos para o hospital. Quando o ar condicionado tocou minha pele, quase não tive coragem de prosseguir, relembrando o sonho, ou melhor, pesadelo.
Sentei em uma das cadeiras de espera enquanto Mikaela ia perguntar sobre minha mãe. Eu remoía o pesadelo, estava quase ficando paranóica, estava tremendo, sentia minha garganta seca.
Miih vinha em minha direção quando senti que ia vomitar.
Eu: Mika, vai indo na frente, por favor, já vou lá.
**MIIH ON**
Quando fiz nosso registro e nos liberaram para ver a (sua mãe), quando ela passou correndo por mim com a mão na boca dizendo para eu ir na frente. Claro que eu iria atrás dela, mas...
XxXx: Mikaela!!
Me abraçaram por trás e por alguns segundos eu fiquei em choque. Não acredito...
Mika: Mãe!
SuaTia: Filha, que bom que estão aqui! Onde está (seu nome)? - a encarei com os olhos marejados. Não queria dizer que ela provavelmente estava em algum banheiro do hospital vomitando, pois eu não queria dizer para minha mãe que a (SN) estava grávida. Pelo menos foi a única coisa que meu cérebro pôde pensar naquele momento. - Filhaaaaaaaaa! - ela estalava os dedos na frente do meu rosto.
Mika: Desculpe, estou meio cansada por causa do voo.
ST: Tudo bem, venha eu preciso te contar tudo que aconteceu.
Ela passou o braço por meu ombro e me levou até uma janela grande de vidro. Minha tia estava lá, pálida, com muitos tubos "conectados" em sua pele e várias bolsas de soro em volta da cama equipada.
Mika: Ela vai ficar bem né? - perguntei com lágrimas nos olhos.
ST: Ela já não está mais em coma, querida, mas seus medicamentos lhe dão sono, por isso pode demorar um pouco para ela acordar, e então poderemos entrar.
Assenti.
ST: E... tem outra coisa que preciso falar com você, filha, antes que a SN volte.
Mikaa: O que mamãe?
ST: Como você sabe, a mamãe é adotada, não tenho o mesmo sangue que sua tia. Enfim, lembra que sua avó morreu por causa de uma doença antes de você nascer? Bem, ela morreu de AVC, que é exatamente o que sua tia tem. Ela deu sorte que conseguiram corrigir, mas pode voltar mais tarde. Agora, a preocupação do médico é o resto da família. - ela suspirou e continuou. - SN tem quase 100% de chances de ter AVC, e mais forte do que a mãe dela.
Quase senti o chão saindo de debaixo dos meus pés.
ST: Enjoos são os primeiros sintomas, tonturas e desmaios vem em seguida. Ela pode começar a sentir dores e cabeça mais tarde. No começo até achamos que ela estava grávida novamente.
Enjoos. Tonturas. Gravidez?

Continua...
bbs comentem e sugiram , critiquem, vcs sumiram?

Um comentário: